ATA DA QUARTA SESSÃO SOLENE DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 24.03.1988.
Aos vinte e quatro dias do mês de março do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quarta Sessão Solene da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada a homenagear os Campeões do Carnaval 1988. Às vinte horas e trinta e um minutos, constatada a existência de “quorum”, a Srª. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Verª. Gladis Mantelli, 1ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; Jorn. Batista Filho, Diretor-Presidente da Empresa Porto-Alegrense de Turismo; Sr. Alfredo Raimundo Macalé, Presidente da Associação das Entidades Carnavalescas do Rio Grande do Sul; Sr. Volney Alonso Merino, representando o SESI; Ver. Artur Zanella, proponente da Sessão e, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Artur Zanella, em nome da Bancada do PFL, analisou a importância do Carnaval Porto–Alegrense, declarando que a presente Sessão não é uma homenagem às Escolas de Samba em si, mas, isso sim, às pessoas que integram essas Escolas e são responsáveis pela beleza do nosso Carnaval. O Ver. Jaques Machado, em nome da Bancada do PDT, disse de sua satisfação por participar da presente homenagem, ressaltando que há mais de trinta anos se encontra presente no Carnaval de Porto Alegre, citando vários nomes que, com seu trabalho, colaboraram para o desenvolvimento do Carnaval da Cidade. E a Verª. Teresinha Irigaray, em nome do PSB, por deferência do Ver. Werner Becker, Líder deste Partido, saudou os presentes, comentando os esforços empreendidos pelas entidades carnavalescas para levarem adiante o Carnaval de Porto Alegre, em face dos poucos recursos e das imensas dificuldades que essas entidades enfrentam. Após, foram entregues, pelos Vereadores Gladis Mantelli, Jaques Machado e Artur Zanella e pelos Senhores Alfredo Raimundo Macalé, Batista Filho e Volney Alonso Merino, as medalhas e troféus relativos à presente Sessão: Medalha de Destaque, a mais jovem Destaque da Restinga, a Sereia Juliana Zanella; à tribo dos Tapuias, o prêmio de Melhor Puxador (Vitória Feijó);à Tribo Comanche, os prêmios de: Melhor Figurinista (Bira Campos); Melhor Compositora (Sandra Rita Santos de Souza); Melhor Bailarino (Carlos Alberto da Silva Oliveira); Melhor Bailarina (Rosana da Silva Ribeiro); Melhor Alegoria e Adereços (Genésio Bispo); Melhor Bateria (Nilton Paulo Lima da Silva); à Sociedade Esportiva Cultural Portela, o Prêmio de Melhor Puxador (Rubens Trindade da Rosa); à Sociedade Unidos do Umbu, os prêmios de: Melhor Compositor (Meneca): Melhor Alegoria e Adereços (Meneca); Melhor Ala das Baianas (Neusa Machado); Melhor Comissão de Frente; à Sociedade R.C.C. Unidos da Vila Isabel, os prêmios de: Melhor Passista Masculino (Roberto Barbosa); Melhor Passista Feminina (Cristina Mendes da Silva); Melhor Bateria (Valdir Souza); Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Nilson Gomes e Iara Pinto da Rosa); Melhor Comissão de Frente (Maristela Ptinelli): Melhor Porta-Estandarte (Kátia Mendes); à Escola de Samba Imperatriz D. Leopoldina, os prêmios de: Melhor Passista Masculino (Jorge L. Nascimento); Melhor Passista Feminina (Jaciara Dias do Amaral); Melhor Ala (Ala das Raízes); à Associação Recreativa e Cultural Unidos da Vila do IAPI, o Prêmio de Melhor Ala Indígena (Sílvia Iara de Oliveira); à Escola de Samba Estação Primeira da Figueira, os prêmios de: Melhor Figurinista (Oreste Brito Canabarro); Melhor Comissão de Frente; Melhor Alegoria e Adereços; Melhor Ala Indígena; Melhor Ala (Ala das Bruxas); à Sociedade R.C. Fidalgos e Aristocratas, os prêmios de: Melhor Puxador (Francisco Graça); Melhor Comissão de Frente; à Escola de Samba Relâmpagos, os prêmios de: Melhor Figurinista (Chico Correa); Melhor Compositor (Jorge Carioca); Melhor Passista Feminina (Maria Balbina Alves); Melhor Passista Masculino (Mário Terra); Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Mário Jefferson e Cíntia Thais); Porta-Estandarte (Sandra Maia); Melhor Bateria (Júlio Lucena); Melhor Alegoria e Adereços (Werner); Melhor Ala das Baianas (Nadir Lucena); Melhor Indígena (Chico Correa); à Sociedade Recreativa Garotos da Orgia, o Prêmio de Melhor Bateria (Darci Gonçalves): à Escola de Samba Acadêmicos da Orgia, o Prêmio de Melhor Bateria (Jorge Terra); à Sociedade Academia de Samba Praiana, os prêmios de: Melhor Porta-Estandarte (Nara Mattos); Melhor Ala Indígena; à Escola de Samba Império da Zona Norte, os prêmios de: Melhor Figurinista (Ubirajara Socias Vilella); Melhor Compositor (Isolino Nascimento): Melhor Passista Masculino (Gustavo Adolfo Giró); Melhor Passista Feminina (Ana Marilda Belos); Melhor Porta-Estandarte (Vera Rodrigues, “Vera Furacão”); Melhor Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Lígia Ivana Flores e Paulo Roberto da Silva, “Fiapo”); Melhor Bateria (Neri Gonçalves Caveira); Melhor Ala Indígena (Carlos); Melhor Comissão de Frente (Rita); à Sociedade B.R. Estado Maior da Restinga, os prêmios de: Melhor Figurinista (Chico Correa); Melhor Compositor (Paulo Batista e Paulinho); Melhor Bateria (Plauto Alcântara); Melhor Comissão de Frente (César Ribeiro); Melhor Alegoria e Adereços (João F. Peres); Melhor Ala das Baianas (Maria Clari); Melhor Ala Indígena (Chico Correa); à Sociedade B. C. Bambas da Orgia, os prêmios de: Melhor Figurinista (Guaraci Feijó); Melhor Compositor (Sandra Rita e Guarajara dos Santos Souza); Melhor Passista Masculino (Oscimar Guedes); Melhor Passista Feminino (Sayonara Ferreira); Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Luiz Marcelo Rodrigues e Sirley Junqueira Lopes); Melhor Bateria (Nilton Deoclides); Melhor Alegoria e Adereços; Melhor Ala Indígena; Melhor Ala (Ala Waldir Magalhães); Melhor Ala das Baianas; à Escola de Samba Imperadores do Samba, os prêmios de: Melhor Figurinista (Lídia Richniti); Melhor Compositor (Celanira da Silva Nascimento); Melhor Puxador (Carlos Medina); Melhor Porta-Estandarte (Deniria Dailang da Silva Falero); Melhor Passista Masculino (Jorge Glênio Lopes); Melhor Passista Feminina (Tatiana Renata Nascimento); Melhor Bateria (Irajá Guterres); Melhor Ala das Baianas; à Escola de Samba Acadêmicos de Montenegro, Campeões do Interior. A seguir, o Ver. Artur Zanella procedeu à entrega de uma quantia de dinheiro e da medalha de Melhor Divulgador ao Sr. Sílvio Santos, e o Grupo Malacacheta, com a presença de seus Diretores Artísticos, Édson Bezerra e Maria Odi, ofereceu ao Ver. Artur Zanella o segundo disco do grupo. Em continuidade, a Srª. Presidente concedeu a palavra ao Sr. Alfredo Raimundo Macalé, que agradeceu a presente homenagem e discorreu acerca da responsabilidade e da importância do fazer Carnaval em nossa Cidade. Após, a Srª. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou os presentes para um coquetel, no Salão Nobre da Casa, e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às vinte e uma horas e quarenta e nove minutos, convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ser realizada amanhã, em memória do ex-Vice-Prefeito Glênio Peres. Os trabalhos foram presididos pela Verª. Gladis Mantelli e secretariados pelo Ver. Artur Zanella, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Artur Zanella, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidentes e 1ª Secretária.
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Artur Zanella, que
falará em nome da Bancada do PFL.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, demais
presentes, a Câmara Municipal de Porto Alegre, desde o ano passado, propôs esta
homenagem aos destaques do Carnaval da nossa Cidade. Esta Sessão, na verdade, é
uma homenagem de todos Vereadores que representam a população de Porto Alegre,
uma homenagem não às escolas, apesar de as escolas serem aquelas que unificam o
trabalho dos carnavalescos de Porto Alegre. Não é uma homenagem à Associação
das Entidades Carnavalescas presidida por Macalé, este símbolo do Carnaval de
Porto Alegre. Este símbolo do Carnaval desde os tempos do Areal da Baronesa que
é o maior detentor da medalha de Porto Alegre, apesar de que na prática isto
ainda não tenha ocorrido até o dia de hoje, o Macalé é como o Mário Quintana. O
Mário Quintana até hoje não recebeu o louvor da Academia Brasileira de Letras.
Mas não é uma homenagem à Associação, não é uma homenagem ao Macalé e nem uma
homenagem à EPATUR, cujo Presidente, Batista Filho, aqui está. O que nós queremos
homenagear é o componente. É a pessoa que desfila. É a pessoa que hoje, ao
final do mês de março, já está pensando no Carnaval de 89. É este que nós
queremos homenagear! É este que a Câmara Municipal homenageia no dia de hoje.
E nós tivemos o prazer e a honra nesse ano de termos o patrocínio do Serviço Social da Indústria (SESI), Dr. Renan Proença, Dr. Wolnei, que aqui está, porque a indústria de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul se deu conta finalmente que o maior espetáculo do Rio Grande do Sul, o lazer das pessoas que trabalham nas indústrias ou cujos filhos trabalharão nas indústrias está lá no Carnaval como componentes ou como assistentes.
Temos também o apoio da Coca-Cola, o apoio da Elma Chips, da Kaiser -
de cervejas - o apoio da Keep Cooler, Dr. Ubirici, lá de Bento Gonçalves, que
mandou para cá os seus produtos, porque, importante, neste momento, como já
disse, não é a Escola, são aqueles destaques que receberam os seus prêmios,
suas esposas, seus filhos. A sua família. Porque muitas pessoas pensam e
imaginam que o Carnaval é uma coisa supérflua. Muitos pensam ainda que o povo
carnavalesco é um povo despreocupado, que vai para a Avenida somente para o seu
divertimento pessoal. Não, a importância do Carnaval é muito grande. Sabe disso
todo aquele diretor de Escola, sabe disso o meu grande amigo Reginaldo Pujol,
que chega neste momento, nosso grande Vereador de todos os tempos, e sabe
disso, principalmente, os Presidentes das Escolas de Samba que aqui estão.
Então, em nome de todos os Vereadores desta Casa que estão presentes aqui, Ver.
Jaques Machado, Verª Teresinha Irigaray, Verª Gladis Mantelli, a nossa querida
Presidente, Ver. Nei Lima, nós queremos, nessa noite, que é uma noite de união,
que é uma noite de alegria, mas, principalmente, é uma noite de reconhecimento
a todos aqueles que trazem tanta beleza na Avenida. Esta noite, meus senhores e
minhas senhoras, esta noite não é da Câmara Municipal de Vereadores, esta noite
é de vocês. Esta noite é de todo aquele que está na Avenida, tão bonita. Esta
noite é das Alas - tão bonitas também -; esta noite é de todo aquele componente
anônimo que - como destaque principal da Escola ou como simples empurrador de
carro - traz alegria, traz satisfação ao povo de Porto Alegre, ao qual, nós
todos somos funcionários, amigos. E esse povo que mora numa cidade tão bonita e
tão bela como é nossa Cidade e merece todo o nosso amor. Muito obrigado pela
presença de todos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Sr. Jaques Machado, em nome
da Bancada do PDT.
O SR. JAQUES MACHADO: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, meus
amigos, falar num dia de solenidade, nesta Casa, na Câmara Municipal de Porto
Alegre, depois da 3ª Sessão Solene que hoje foi realizada aqui, no Plenário deste
Legislativo, é um momento de grande satisfação, porque hoje, aqui, estamos
homenageando os nossos amigos e parentes. Então neste dia de festa, em que a
cidade de Porto Alegre, através de uma atitude do Ver. Artur Zanella - figura
esta ligada ao nosso Carnaval; carnaval este que faço há mais de 30 anos em
Porto Alegre, pois como todos sabem, desde o meu tempo de guri, eu presidia um
departamento de carnaval da nossa sociedade Gondoleiros – (sic). Ali,
companheiros de grandes jornadas, até hoje militando em nosso Carnaval. Vejo
aqui o meu amigo Franchini, os cabelos encanecidos pelo sereno, de tanto
trabalhar em prol do engrandecimento do nosso Carnaval. Posso citar aqui várias
pessoas, vejo ali a Tia Regina, os nossos fidalgos e aristocratas, de muitos e muitos
anos em nosso Carnaval. Digo que o momento é de festa, de grande satisfação,
principalmente para nós que tiramos o Carnaval daquela estaticidade medieval e
levamos para o estado heliocêntrico e turbulente de Copérnico. Tiramos o
Carnaval de Porto Alegre daquele marasmo, onde tínhamos somente um carnaval de
participação, aquele carnaval que era desacreditado pelos órgãos públicos;
aquele carnaval que era desacreditado pela sociedade porto-alegrense. Digo a
vocês que recordo-me que, quando presidia o Departamento de Carnaval do
Gondoleiros, trouxe a massa preta para dentro do nosso Carnaval, ali chegando
um Fiapo, uma Vera Furacão, chegando um Nilton, chegando um Neri Caveira,
chegando uma Ligia e tantas outras figuras do nosso Carnaval. Juntamente comigo
existia Claudio Brito e nós fomos fazendo aquele trabalho evolutivo ao ponto
de, naquela época, nós termos 13 sociedades participando na categoria de
sociedade no asfalto de Porto Alegre. O que aconteceu? Restou apenas o “Para
Que Tristeza” da Sociedade Gondoleiros, porque tínhamos um amor e uma
afetividade muito grande pelo Carnaval. Liquidado o Departamento de Carnaval da
Sociedade Gondoleiros nós nos ramificamos e saímos por aí pelo Carnaval de
Porto Alegre.
O Leo Cineli foi para os Bambas da Orgia, o Claudio Brito foi para o
Imperadores do Samba e eu fiquei na minha zona, na Zona Norte da Cidade. Então
ali fizemos aquele trabalho em que nós somos hoje muitas vezes alvos de algum
reconhecimento da opinião pública, porque hoje quando chegamos ao Governo do
Estado eles passam a respeitar o Carnaval. Agora, vamos precisar nos afinarmos
para amanhã ou depois termos mais condições. Então, o Carnaval de Porto Alegre
cresce e cresce a olhos vistos, prova disso é que o Prefeito Alceu Collares
comprometeu-se e está fazendo uma pista de eventos para que o Carnaval de Porto
Alegre tenha uma outra dimensão. Então, neste dia em que Artur Zanella
juntamente com toda a sua equipe aqui entrega os troféus a todos aqueles que
destacaram o Carnaval, só me resta dizer uma coisa: como é bom convivermos com
vocês e lutar sempre pelo nosso Carnaval e pelo seu engrandecimento. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Concedemos a palavra à Vera. Teresinha
Irigaray, que falará em nome da Bancada do PSB, nesta Casa, por deferência de
seu Líder Werner Becker.
A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, demais
autoridades presentes, é uma noite festiva, uma noite alegre, e o calor que
está na atmosfera certamente é o calor que está dentro dos nossos corações,
aquele calor que sacudiu todos esse campeões que aqui se encontram, todas as
pessoas que vão receber o seu prêmio e que naquela Avenida se destacaram com
brilho, garbo e muita alegria, pisando pela primeira vez a passarela de eventos
patrocinada pelo Executivo, na figura de Alceu Collares.
Eu, pessoalmente, fico muito feliz e muito gratificada por terem me
dado a oportunidade de saudar as entidades presentes e os agraciados, porque,
em particular, estou afetivamente ligada a uma entidade, uma entidade que foi
duramente castigada no decorrer deste ano, falo da minha tribo, os comanches,
composta quase que exclusivamente de servidores, de operários, de estivadores,
que mantém o seu ponto, o seu núcleo lá no alto da Vila São José. Durante todo
os anos de 1987 e 1988 subimos aquele morro por muitas e muitas vezes em muitas
e muitas oportunidades, em muitas e muitas tardes e em muitas e muitas noites,
junto com eles, e acompanhando esta tribo, com o seu presidente, que aqui está,
o seu Euclides Souza Ribeiro, junto com a Dalva Ribeiro, sua esposa, junto com
a Georgina, que é a sua tesoureira, que aqui se encontra, junto com o nosso
amigo, Flávio Marques de Abreu, o bigode, que hoje está de aniversário, subimos
aquele Morro, mantivemos contatos semanais com a administração em busca de um
pedaço de quadra para que os Comanches pudessem ensaiar. Os Comanches doutores
em carnaval, doutores, já sabidamente festejados pela população de Porto
Alegre, os comanches admirados e reconhecidos por todos pelo seu esforço, pela
sua tenacidade e pelo seu heroísmo em poderem se apresentar numa avenida, sem
ter onde ensaiar. Apesar de todos os esforços e promessas, a suposta quadra foi
dada quase que dez dias antes do carnaval, mas estava com muito lixo, não houve
possibilidade, apesar de toda a boa vontade, que reconhecemos e agradecemos ao
DEMAHB, ao Prefeito, ao Executivo, os Comanches não puderam ensaiar em sua
quadra. Ensaiaram na rua. Muitas e muitas noites ali estive e estavam ensaiando
na rua com brilhantismo, vontade, ânimo de ir e fazer brilho na avenida. Não
vejo nisso apenas um desabafo. Acompanhei e posso dizer que estavam
desanimados, mas no dia do carnaval, desceram a vila, o morro para dar uma
demonstração. Uma tribo humilde. E muita gente diz que as tribos devem
desaparecer porque não figuram no carnaval, mas desceram arrumados, cintilantes
em suas vestes, no que puderam conseguir e foram para a avenida e deram uma
demonstração de contribuição ao carnaval, mesmo sem terem o respaldo necessário
e que deveriam ter tido. Isso não aconteceu só com os Comanches. Também me
refiro à Academia Relâmpago que homenageou o querido Walmor, a Relâmpago que
teve João Carlos, uma de suas figuras luminosas, mas ela teve sorte e conseguiu
ensaiar na quadra dos Tapuias. Isso é que me preocupa quando essas entidades
que vão abrilhantar os festejos do carnaval - povo humilde e operoso que vai
para a avenida para brindar o povo de Porto Alegre, naquilo que sabe fazer, vai
brincar e vai oferecer o seu trabalho - muitas vezes não são reconhecidas.
Vamos esperar que para o próximo carnaval e para os outros que irão suceder
esses problemas não venham a acontecer, e que cada Entidade, cada Tribo, tenha
o seu pedaço de terra, o seu pedaço de chão para poderem ensaiar a vontade sem
perturbar, sem baterem na porta, sem andar de chapéu na mão quase mendigando
aquilo que deveria ser dado de bandeja, de mão dada porque o carnaval é feito
por ele para o povo de Porto Alegre.
Nesta hora então, nós queremos, apenas, dentro deste desabafo que
deveria ser dito, que é dito com toda a responsabilidade desta Vereadora e
desta irmã dos Comanches e desta amiga do Relâmpago. É uma índia sim, porque
briguei bravamente durante todo o ano e não consegui. Tive umas flechadas, isto
sim. Mas isso não demoliu a minha fé de que a minha Tribo iria fazer bonito na
avenida e fez. Muito embora ela não fosse nem lembrada em outras coisas. Muito
embora ela não fosse nem citada pelo júri paralelo que deu para todos vocês os
destaques e os troféus.
Então, como esta Tribo não figurou, mas figura no coração desta
Vereadora, merece que seja dito estas palavras aqui. Não estou estragando a
festa, pelo contrário, eu estou e estive tão feliz porque nós vamos dar o
prêmio àqueles que merecem e todas estas Escolas estiveram bonitas,
maravilhosas e pisaram tranqüilamente e magnificamente a Passarela de Eventos
da Cidade de Porto Alegre. Eu quero dar os parabéns ao meu amigo Artur Zanella
por esta oportunidade que tenho de homenagear as escolas, de homenagear os seus
destaques. Parabéns ao meu amigo Jaques Machado que aqui se encontra
representando a sua Escola, o Império da Zona Norte, parabéns a todas as
grandes Escolas que aqui se encontram; aos Bambas da Orgia; à Restinga; aos
Garotos da Orgia, aos Imperadores que são os Campeões, da qual eu faço a
saudação especial, na figura do meu ilustre Secretário do Meio Ambiente, Ver.
Nei Lima.
Mas o que tinha que ser dito a respeito dos pequenininhos, aqui ficou dito. Agora, os pequenininhos se saíram bem. Os pequenininhos foram Campeões. E apesar de não terem quadra, foi como a Vila Isabel no Rio de Janeiro, se sagraram campeões e serão por muitos e muitos anos, se Deus quiser. Desejo felicidades a todos, que todos saiam desta Casa - que é a Casa do povo - com muita alegria no coração e com aquela certeza de que nós, os Vereadores, estaremos sempre ao lado de vocês prestigiando sempre no que for possível e fazendo todo o esforço para que o Carnaval de Porto Alegre seja cada vez maior, melhor e mais eficiente e para que todos mereçam os prêmios quando tiverem o mérito de sagrarem os campeões. Até o próximo ano, se Deus quiser, e que esta noite, a noite da entrega dos troféus aos campeões de Porto Alegre, marque e seja objeto de reflexão e amadurecimento por parte daqueles que devem dar a todos os senhores melhores condições para que o Carnaval de Porto Alegre seja realmente um Carnaval que proporcione êxito e dê muita alegria ao povo e a todas as Escolas que dele participam. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revista pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE: Vamos, de imediato, começar a entrega dos
prêmios e dos troféus para vocês, que se sagraram campeões, que se destacaram
com galhardia neste Carnaval.
(Procede-se a entrega dos prêmios e troféus.)
Foram entregues pelos Vereadores Gladis Mantelli, Jaques Machado, Artur Zanella, Teresinha Irigaray e Secretário Nei Lima e pelos Senhores Alfredo Raimundo Macalé, Batista Filho e Volney Alonso Merino, as medalhas e troféus relativos à presente Sessão: Medalha de Destaque, à mais jovem Destaque da Restinga, a Sereia Juliana Zanella; à Tribo dos Tapuias, o prêmio de Melhor Puxador (Vitória Feijó); à Tribo Comanches, os prêmios de: Melhor Figurinista (Bira Campos); Melhor Compositora (Sandra Rita Santos de Souza); Melhor Bailarino (Carlos Alberto da Silva Oliveira); Melhor Bailarina (Rosana da Silva Ribeiro); Melhor Alegoria e Adereços (Genésio Bispo); Melhor Bateria (Nilton Paulo Lima da Silva); à Sociedade Esportiva Cultural Portela, o Prêmio de Melhor Puxador (Rubens Trindade da Rosa); à Sociedade Unidos do Umbu, os prêmios de: Melhor Compositor (Meneca); Melhor Alegoria e Adereços (Meneca); Melhor Ala das Baianas (Neusa Machado); Melhor Comissão de Frente; à Sociedade R. C. C. Unidos da Vila Isabel, os prêmios de: Melhor Passista Masculino (Roberto Barbosa); Melhor Passista Feminina (Cristina Mendes da Silvia); Melhor Bateria (Valdir Souza); Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Nilson Gomes e Iara Pinto da Rosa); Melhor Comissão de Frente (Maristela Ptinelli): Melhor Porta-Estandarte (Kátia Mendes); à Escola de Samba Imperatriz D. Leopoldina, os prêmios de: Melhor Passista Masculino (Jorge L. Nascimento); Melhor Passista Feminina (Jaciara Dias do Amaral); Melhor Ala (Ala das Raízes); à Associação Recreativa e Cultural Unidos da Vila do IAPI, o Prêmio de Melhor Ala Indígena (Sílvia Iara de Oliveira); à Escola de Samba Estação Primeira da Figueira, os prêmios de: Melhor Figurinista (Oreste Brito Canabarro); Melhor Comissão de Frente; Melhor Alegoria e Adereços; Melhor Ala Indígena; Melhor Ala (Ala das Bruxas); à Sociedade R.C. Fidalgos e Aristocratas, os prêmios de: Melhor Puxador (Francisco Graça); Melhor Comissão de Frente; à Escola de Samba Relâmpagos, os prêmios de: Melhor Figurinista (Chico Correa); Melhor Compositor (Jorge Carioca); Melhor Passista Feminina (Maria Balbina Alves); Melhor Passista Masculino (Mário Terra); Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Mário Jefferson e Cíntia Thais); Porta-Estandarte (Sandra Maia); Melhor Bateria (Júlio Lucena); Melhor Alegoria e Adereços (Werner); Melhor Ala das Baianas (Nadir Lucena); Melhor Indígena (Chico Correa); à Sociedade Recreativa Garotos da Orgia, o Prêmio de Melhor Bateria (Darci Gonçalves); à Escola de Samba Acadêmicos da Orgia, o Prêmio de Melhor Bateria (Jorge Terra); à Sociedade Academia de Samba Praiana, os prêmios de: Melhor Porta-Estandarte (Nara Mattos); Melhor Ala Indígena; à Escola de Samba Império da Zona Norte, os prêmios de: Melhor Figurinista (Ubirajara Socias Vilella); Melhor Compositor (Isolino Nascimento); Melhor Passista Masculino (Gustavo Adolfo Giró); Melhor Passista Feminina (Ana Marilda Belos); Melhor Porta-Estandarte (Vera Rodrigues, “Vera Furacão); Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Lígia Ivana Flores e Paulo Roberto da Silva, “Fiapo”); Melhor Bateria (Neri Gonçalves Caveira); Melhor Ala Indígena (Carlos); Melhor Comissão de Frente (Rita); à Sociedade B. R. Estado Maior da Restinga, os prêmios de: Melhor Figurinista (Chico Correa); Melhor Compositor (Paulo Batista e Paulinho); Melhor Bateria (Plauto Alcântara); Melhor Comissão de Frente (César Ribeiro); Melhor Alegoria e Adereços (João F. Peres); Melhor Ala das Baianas (Maria Clari); Melhor Ala Indígena (Chico Correa); à Sociedade B. C. Bambas da Orgia, os prêmios de: Melhor Figurinista (Guaraci Feijó); Melhor Compositor (Sandra Rita e Guarajara dos Santos Feijó); Melhor Passista Masculino (Oscimar Guedes); Melhor Passista Feminino (Sayonara Ferreira); Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Luiz Marcelo Rodrigues e Sirley Junqueira Lopes); Melhor Bateria (Nilton Deoclides); Melhor Alegoria e Adereços; Melhor Ala Indígena; Melhor Ala (Ala Waldir Magalhães); Melhor Ala das Baianas; à Escola de Samba Imperadores do Samba, os prêmios de: Melhor Figurinista (Lídia Richniti); Melhor Compositor (Celanira da Silva Nascimento); Melhor Puxador (Carlos Medina); Melhor Porta-Estandarte (Deniria Dailang da Silva Falero); Melhor Passista Masculino (Jorge Glênio Lopes); Melhor Passista Feminino (Tatiana Renata Nascimento); Melhor Bateria (Irajá Guterres); Melhor Ala das Baianas; à Escola de Samba Acadêmicos de Montenegro, Campeões do Interior.
A SRA. PRESIDENTE: A seguir, o Ver. Artur Zanella procederá à entrega de uma quantia de dinheiro e da Medalha de Melhor Divulgador ao Sr. Sílvio Santos, e o Grupo Malacacheta, com a presença de seus Diretores Artísticos, Édson Bezerra e Maria Odi, oferecerá ao Ver. Artur Zanella o segundo disco do grupo.
(Procede-se a entrega.)
A SRA. PRESIDENTE: Neste momento, concedemos a palavra ao Sr. Alfredo Raimundo Macalé, Presidente da Associação das Entidades Carnavalescas do Rio Grande do Sul, para fazer o seu pronunciamento a respeito do evento.
O SR. ALFREDO RAIMUNDO MACALÉ: Exma. Sra. Verª. Gladis Mantelli que nesta ocasião dirige os trabalhos desta Sessão Solene; Srs. Vereadores que nos deram o prazer de compartilhar conosco esta homenagem que é prestada por esta Casa; Ver. Artur Zanella, proponente desta homenagem aos meus carnavalescos; minhas escolas, seus componentes, minha comunidade do carnaval. É a segunda vez que uso este microfone para agradecer em nome da minha comunidade a homenagem que nos presta a Câmara de Vereadores. Esta mesma Câmara que há 5 anos homenageava esta pessoa que aqui está dando-lhe o título de Cidadão Emérito da Cidade em homenagem aos serviços prestados desta comunidade tão sofrida e tão criticada que é a nossa comunidade do carnaval. São essas ocasiões, meus carnavalescos, dizemos que passa a tempestade e vem a bonança. É a ocasião de hibernarmos novamente e pensarmos para o carnaval que vem, cabe a nós a responsabilidade de fazer o espetáculo popular. O carnaval que é feito exclusivamente da camada pobre da comunidade. São aqueles que lutam, que ficam devendo e que lutam e que derramam lágrimas dentro das suas escolas quando vêem o sucesso na nossa pista de eventos.
Agora, em homenagem ao empresariado de Porto Alegre, ao Serviço Social da Indústria, a todos aqueles que estão colaborando diretamente com as minhas comunidades trago uma homenagem e um agradecimento. E que vejam os nossos apelos e se irmanem conosco e que toda a indústria e o comércio da Capital estendam a mão ao povo sofrido do carnaval. Cabe-nos a responsabilidade de melhorar os espetáculos para apresentar na nova pista, tão bem-construída que está sendo pelo Município. A homenagem à Administração Municipal está sendo feita pelos nossos carnavalescos. Aqueles que nos criticam sabem perfeitamente que nossas limitações culturais são poucas, mas temos um coração, uma irmandade, estamos todos integrados no mesmo sentimento e naquilo que tanto amamos que é o carnaval da nossa Cidade. Meus irmãos das minhas escolas, a hora é séria. Temos, muitas vezes, que pensar duas vezes para tomar as decisões, frustados com acontecimentos que houve na nossa pista de eventos, sentidos e aborrecidos com aquilo que se passou e muitas vezes falou mais o coração que a razão, porque o carnavalesco é autêntico. Certa vez, em homenagem que prestamos a determinado carnavalesco ele disse “na comunidade carnavalesca não há traidores”. São todos irmanados no mesmo sentimento e no mesmo propósito e sentido. Cabe-nos a responsabilidade de levantarmos a nossa cabeça e sentirmos que temos mais direitos que pensam ou que julgam aqueles que nos administram. Cabe-nos, irmanados no nosso sentimento, termos a certeza de que daremos um passo à frente naquilo que tanto amamos.
Minha comunidade de carnaval. Hoje è um dia de festa a todos nós. Vimos aqui, dentro desta Casa, todos simplesmente vestidos. Não vimos nada mais do que a nossa festa popular, as nossas vilas, o nosso povo, aqueles que vivem efetivamente o carnaval e não aqueles que o exploram, muitas vezes nos tiram o próprio sangue em favor daquilo que são seus interesses pessoais. Minha comunidade, aqui vai um recado: a Câmara sempre escolheu a pessoa que trabalha em engrandecimento do seu Município, é isto que nós queremos, é isto que precisamos. Àquelas Bancadas que aqui não compareceram o nosso perdão, eleições se aproximam e eles virão novamente às nossas casas e nós teremos, por obrigação, que pensar um pouco para demonstrar a eles o que é uma comunidade.
(Não revisto pelo orador.)
A SR. PRESIDENTE: Compete a esta Presidência
dos trabalhos fazer um breve pronunciamento para o encerramento da Sessão.
Preciso dizer que será, realmente, breve, porque nenhum de nós agüenta mais o
calor. Prometemos que no próximo ano teremos ar condicionado no Plenário e não
passaremos o calor que estamos passando hoje.
Mas como somos todos gente do povo na Casa do Povo sabemos o significado desta festa para vocês e nos sentimos extremamente honrados com a presença dos carnavalescos na Casa do Povo. Esta Casa já na oportunidade do carnaval cedeu suas dependências para que pudessem fazer trocas de fantasias. Esta Casa, realmente, procura se identificar com o seu povo. E carnaval é cultura, e cultura sempre é feita pelo povo.
Queremos convidar os presentes para um pequeno coquetel que será
oferecido pelo Ver. Artur Zanella, Vinícola Aurora, Elma Chips, Coca-Cola e
Cerveja Kaiser.
Agradecemos, também, ao SESI, pelas medalhas que ofereceu para esta
festa.
Damos por encerrados os trabalhos da presente Sessão. Agradecemos a
presença de todos.
(Levanta–se a Sessão às 21h49min.)
* * * * *